CDS reitera que caso Magalhães devia ser avaliado pelo MP
03/06/10
"Há um conjunto de nebulosas que esta nota da Comissão Europeia veio reafirmar assim como veio concordar com alguns dos resultados da Comissão de Inquérito", disse o deputado Hélder Amaral, do CDS-PP.
A Comissão Europeia ameaçou hoje levar Portugal ao Tribunal Europeu, se Lisboa não corrigir nos próximos dois meses as incorrecções detectadas na forma como adjudicou, sem concurso público, o fornecimento de computadores portáteis e serviços de Internet a estudantes, professores e estagiários.
Bruxelas informa também que desistiu do processo de infracção no caso do programa e-Escolinhas, de distribuição de computadores Magalhães a estudantes do 1º ciclo, o que motivou a "congratulação" do Governo.
"As dúvidas sobre a aquisição do Magalhães terminaram", disse o secretário de Estado das Comunicações, Paulo Campos, em declarações à "Lusa".
Para o deputado CDS-PP, o que aconteceu foi que "o Governo assumiu o erro".
"Não colhe a satisfação do Ministério das Obras Públicas e Comunicações dizendo que no e-Escolinhas já corrigiram o erro porque fica claro e provado que todo o processo anterior foi muito duvidoso e andou nas margens da legalidade da contratação pública", afirmou Hélder Amaral.
O programa e-Escolinha gerou alguma polémica, por o fabrico dos computadores Magalhães ter sido atribuído sem concurso público à empresa JP Sá Couto. Numa segunda fase, o Governo lançou um concurso público para o fornecimento de mais 250 mil computadores destinados aos alunos do 1º ciclo, que foi ganho pelas empresas JP Sá Couto e Prológica.
"O Governo tem de explicar por que pôs o país à beira de um processo no Tribunal Europeu e como conseguiu desvirtuar uma boa ideia através de uma trapalhada e do uso de regras pouco claras", acrescentou o deputado.
Hélder Amaral voltou a reiterar que "o Ministério Público deverá fazer uma avaliação séria deste processo" pois "há um conjunto de matérias que não cabe à Assembleia da República pelo princípio da separação de poderes".
"Se houver algum crime que actue em conformidade, se não houver que não fique esta dúvida sobre o Governo português", concluiu.
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